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Estágio remunerado X Não remunerado: quais as diferenças? - Faesa

Escrito por Equipe FAESA | Jun 19, 2024 12:00:00 PM

Adentrar o universo profissional por meio de um estágio representa uma etapa decisiva na carreira de qualquer estudante ou recém-formado. No entanto, a escolha entre estágio remunerado e práticas não remuneradas pode suscitar dúvidas e incertezas. O estágio remunerado abre portas para benefícios imediatos, enquanto a experiência adquirida em oportunidades não remuneradas pode ser igualmente valiosa.

 Conhecer as principais diferenças, impactos e direitos trabalhistas associados a cada tipo de estágio é fundamental para tomar decisões informadas e estratégicas sobre o próprio futuro profissional.

Qual a diferença de estágio remunerado e não remunerado?

A entrada no mercado de trabalho é marcada por diversas decisões importantes, sendo uma das mais significativas a escolha entre estagiar de forma remunerada ou não remunerada. 

Inicialmente, é crucial esclarecer que o estágio remunerado implica o recebimento de uma bolsa-auxílio, ou seja, uma contraprestação financeira regular concedida ao estagiário. Além disso, normalmente inclui benefícios adicionais, como vale-transporte, vale-refeição e, em alguns casos, seguro de vida e assistência médica. Essas vantagens são reguladas pela Lei nº 11.788/2008, que também estipula os direitos dos estagiários no Brasil.

Por outro lado, o estágio não remunerado, muitas vezes conhecido como práticas não remuneradas, não oferece uma bolsa-auxílio ou qualquer forma de remuneração. É importante pontuar que, embora não haja um ganho financeiro direto, o estagiário ainda pode obter muitos benefícios. Esses benefícios geralmente são na forma de experiência profissional enriquecedora, desenvolvimento de habilidades específicas na área de estudo, ampliação da rede de contatos profissionais e, potencialmente, uma vantagem competitiva ao buscar futuras oportunidades de emprego.

A escolha entre um estágio remunerado e um não remunerado também pode ser influenciada pela área de atuação. Em alguns campos, como o jurídico, tecnologia da informação e engenharia, há uma maior oferta de posições remuneradas devido à alta demanda por profissionais qualificados. Em contraste, em setores como as artes, ciências sociais e trabalhos com ONGs, pode ser mais comum encontrar práticas não remuneradas, embora isso não signifique que oportunidades remuneradas sejam inexistentes.

Importante notar que, independentemente da remuneração, a jornada de trabalho de um estagiário deve ser adaptada de forma a não prejudicar suas atividades de estudo. Estágios remunerados são muitas vezes regidos por contratos que definem as horas de trabalho e as funções desempenhadas, estando mais atrelados ao aspecto legal dos direitos trabalhistas.


Impacto dos estágios não remunerados na experiência profissional

Adentrar o mercado de trabalho pode ser uma verdadeira odisseia para muitos profissionais em início de carreira. Diante das exigências por experiência prévia, os estágios não remunerados surgem como uma alternativa controversa. Enquanto oferecem uma porta de entrada para a prática profissional, os estágios não remunerados carregam consigo uma série de implicações que merecem uma análise cuidadosa.

Aprendizado na prática e Construção de rede de contatos

Em primeiro lugar, estágios não remunerados são muitas vezes vistos como uma oportunidade de ouro para o aprendizado prático. Em ambientes competitivos e de grande prestígio, como em grandes empresas e instituições renomadas, a experiência pode ser inestimável. É o momento de absorver conhecimento, não apenas sobre a área de atuação, mas também sobre o funcionamento do mundo corporativo e construção de competências interpessoais.

Além disso, são uma chance de ouro para se construir uma ampla rede de contatos profissionais. Conexões estabelecidas ao longo do estágio podem abrir portas para futuras oportunidades de emprego, parcerias e projetos. 

Desafios e Limitações da ausência de remuneração

A perspectiva positiva sobre os estágios não remunerados não pode obscurecer os desafios e limitações que eles impõem. Primeiramente, a ausência de remuneração restringe as possibilidades para muitos que não podem arcar com os custos de vida sem uma fonte de renda. Isso cria uma barreira socioeconômica que exclui talentos de contextos menos privilegiados, impactando a diversidade no mercado de trabalho.

Nesse sentido, tarefas exercidas em estágios não remunerados são frequentemente menos estruturadas e podem, em alguns casos, carecer da supervisão necessária para um crescimento real. O estagiário precisa estar atento para não se encontrar em uma posição onde está apenas executando tarefas operacionais que oferecem pouco desenvolvimento de habilidades relevantes para sua carreira.

O balanço entre benefícios e direitos trabalhistas

As discussões atuais sobre os direitos trabalhistas dos estagiários e a ética das empresas em oferecer estágios não remunerados são intensas e polarizadas. Torna-se imprescindível ponderar a justiça de se exigir trabalho sem remuneração e a sustentabilidade dessa prática no cenário profissional atual. Em muitos casos, o aprendizado e a experiência podem não ser suficientes para justificar a falta de compensação financeira, levando à necessidade de uma reflexão sobre a adequação dessas oportunidades ao contexto do estagiário.

Apesar das oportunidades de aprendizado e crescimento profissional, a falta de uma remuneração pode resultar em desequilíbrios e tensões. O estagiário precisa avaliar se a experiência adquirida compensará o esforço e o tempo investidos, bem como considerar as implicações financeiras dessa escolha. 

Direitos trabalhistas e a Legislação dos estágios em foco

Quando se fala sobre ingressar no mundo profissional, o estágio surge como uma ponte essencial entre a teoria aprendida nas salas de aula e a prática exigida pelo mercado de trabalho. Contudo, é crucial que os estagiários conheçam seus direitos e as nuances da legislação que rege essa modalidade de inserção profissional.

Benefícios e direitos no estágio remunerado

Dentre as prerrogativas legais, para os estágios remunerados há uma série de direitos assegurados, tais como uma bolsa-auxílio, auxílio-transporte, recesso remunerado proporcional e seguro contra acidentes pessoais. Ademais, a jornada de estágio é limitada a 6 horas diárias e 30 horas semanais para estudantes do ensino superior, ensino médio e da educação profissional de nível médio, garantindo tempo para que o estudante se dedique também aos estudos.

É essencial mencionar que a remuneração do estágio não está prevista na lei como uma obrigatoriedade, mas sim como uma possibilidade. Isto significa que a concessão da bolsa-auxílio e demais benefícios podem variar de acordo com o estabelecido entre as partes.

Prerrogativas nos estágios não remunerados

Por outro lado, estágios não remunerados não são desprovidos de direitos. Mesmo que não haja uma bolsa-auxílio envolvida, a lei assegura a concessão de auxílio-transporte, bem como a aplicação de seguro contra acidentes pessoais. Além disso, o recesso remunerado deve ser concedido de forma idêntica ao estágio remunerado, após 12 meses de estágio na mesma empresa ou, proporcionalmente, em casos de períodos menores.

O respeito à carga horária é igualmente importante nos estágios não remunerados, pois serve como garantia de que o estudante terá condições apropriadas para conciliar a prática profissional com as obrigações acadêmicas.

A supervisão como garantia de aprendizado

Outro aspecto relevante tratado pela legislação é a nomeação de um supervisor no local do estágio, que deve acompanhar e orientar o estagiário ao longo de todo o processo. Essa supervisão visa assegurar que o estágio cumpra seu papel educativo e que o estudante realmente obtenha o conhecimento prático correlato à sua área de estudo.

Contribuições e Limites da lei do estágio

A lei do estágio também explicita que o estagiário não pode ser submetido a condições que desvirtuem o propósito do estágio, transformando-o em mão de obra barata ou substitutiva de trabalhadores regulares.

Com a finalidade de proteger o estudante, a legislação estabelece padrões que, quando seguidos, enriquecem o trajeto profissional do estagiário. Sua evolução na carreira pode ser significativamente afetada pelas experiências adquiridas durante o período de estágio, tornando imprescindível o conhecimento e a aplicação correta da lei.